Empresas que oferecem Stock Options ou outros tipos de Incentivos de Longo Prazo (ILP) precisam seguir regras específicas de gestão de ILP e divulgação contábil, conforme determina o CPC 10, alinhado à norma internacional IFRS 2. No entanto, muitos gestores ainda têm dúvidas sobre como apresentar corretamente essas informações nas demonstrações financeiras.
Neste artigo, vamos esclarecer os principais pontos que não podem ser ignorados na hora de contabilizar e divulgar os planos de ILP, evitando erros que podem comprometer a imagem da empresa e gerar penalidades.
Os Incentivos de Longo Prazo são formas de remuneração atreladas ao desempenho e permanência do colaborador na empresa. Eles incluem:
Esses instrumentos impactam diretamente os resultados financeiros e a estrutura patrimonial da empresa, o que exige transparência e padronização na divulgação, conforme exigido pela legislação contábil brasileira.
Já sabemos que os planos de ILP devem estar refletidos nos resultados contábeis da empresa. Inicialmente, o reconhecimento é feito no balanço patrimonial da empresa, sendo que:
A posição patrimonial do ILP deve ir crescendo à medida em que o prazo de carência (vesting) dos ativos for transcorrendo. Um detalhe importante é que, quando um beneficiário não cumpre as condições de carência, o impacto na posição patrimonial daquele contrato deve ser removido.
Dica prática:
Mantenha um controle detalhado dos contratos e do status de cada beneficiário para garantir a correta contabilização mês a mês.
O reconhecimento patrimonial gera uma despesa contábil que impacta o resultado do exercício. Essa despesa, embora não envolva desembolso imediato de caixa, reduz o lucro contábil da empresa.
Benefício fiscal: desde mudanças recentes na legislação, empresas podem deduzir essa despesa da base de cálculo do IRPJ e CSLL, desde que os beneficiários estejam contratados sob o regime da CLT. Diretores estatutários, por exemplo, não se enquadram nessa dedução.
A CPC 10 exige que as notas explicativas contenham informações claras e completas sobre os planos de ILP. Isso garante que investidores, auditores e o mercado compreendam os impactos e riscos associados.
Informações obrigatórias:
A mensuração do valor justo dos instrumentos é um dos pontos mais técnicos do processo. Os modelos mais utilizados são:
A escolha do modelo deve considerar a natureza do plano e ser validada por especialistas ou consultorias especializadas.
A importância da conformidade contábil
A correta contabilização e divulgação dos planos de ILP é essencial para garantir a conformidade regulatória, a transparência com o mercado e a eficiência fiscal. Contar com uma equipe contábil bem preparada ou com o apoio de consultorias especializadas pode fazer toda a diferença.
Se sua empresa possui ou pretende implementar um plano de ILP, fale conosco para garantir que tudo esteja em conformidade com as normas contábeis e fiscais vigentes.