Avaliar cargos é um dos pilares da gestão estratégica de pessoas. Essa prática garante que a estrutura organizacional seja coerente, sustentável e alinhada aos objetivos da empresa. Quando feita de forma inadequada, pode gerar distorções salariais, inflacionar estruturas e comprometer a equidade interna, impactando diretamente a motivação e retenção de talentos.
Mais do que uma questão operacional, a avaliação de cargos é uma ferramenta de governança. Ela define parâmetros claros para remuneração fixa, remuneração variável e incentivos de longo prazo (ILP), evitando subjetividades que fragilizam a estratégia.
Avaliar um cargo significa entender o quanto ele contribui, decide e entrega dentro da organização. Não se trata da pessoa que ocupa a posição, mas das exigências inerentes à função. Como sintetiza uma frase-chave:
“Cargo é cadeira. Pessoa é quem senta nela. Avaliar cargo é olhar a cadeira, não quem está sentado.”
Essa distinção é fundamental para evitar erros comuns, como confundir senioridade individual com complexidade do cargo. Um profissional experiente pode ocupar um cargo simples, assim como alguém em início de carreira pode assumir uma função estratégica.
Além disso, a avaliação correta é a base para políticas de remuneração variável e ILP, garantindo que os incentivos estejam alinhados ao impacto real do cargo na geração de valor para a empresa.
A análise deve considerar critérios objetivos que reflitam a natureza e o impacto do cargo. Entre os mais relevantes:
Esses fatores permitem construir uma matriz comparativa que assegura consistência e evita distorções.
Para garantir precisão, recomenda-se utilizar modelos estruturados, como:
Dica prática: use uma matriz simples com critérios objetivos para comparar funções e evitar inflacionar estruturas. Essa abordagem reduz riscos e fortalece a governança.
A avaliação correta de cargos é o ponto de partida para qualquer política de remuneração estratégica. Sem critérios claros, programas de remuneração variável e incentivos de longo prazo (ILP) correm o risco de se tornarem injustos ou ineficientes.
Em resumo: avaliar cargos corretamente garante que os incentivos — de curto e longo prazo — sejam justos, competitivos e alinhados à estratégia da empresa.
A avaliação de cargos é mais do que uma prática técnica: é um instrumento estratégico que sustenta a gestão de pessoas e a competitividade empresarial.
Investir em metodologias robustas e critérios objetivos é essencial para construir estruturas justas, eficientes e preparadas para o crescimento, especialmente quando se trata de remuneração variável e incentivos de longo prazo, que dependem diretamente dessa base para gerar valor real.
Este artigo faz parte da série Pris + IDEE sobre gestão de pessoas e remuneração estratégica. Para aprofundar, confira nosso artigo anterior — Famílias de Cargos e Trilhas de Carreira: estrutura que sustenta o crescimento organizacional.
Acompanhe essa série e descubra como construir estruturas organizacionais mais sólidas e alinhadas à estratégia do seu negócio.